domingo, 28 de novembro de 2021

Vila e mosaico romanos são descobertos sob fazenda na Inglaterra

 Em 2020, quando a Inglaterra estava em lockdown por conta da Covid-19, Jim Irvine, filho de um fazendeiro chamado Brian Naylor, contatou arqueólogos para investigarem a propriedade do pai. Os especialistas finalmente anunciaram, nesta quinta-feira (25), que encontraram no terreno um raro mosaico romano e um complexo de vilas.

As descobertas foram conduzidas durante investigações de uma equipe do Serviço Arqueológico da Universidade de Leicester (ULAS), em parceria com o órgão público Historic England e o Conselho do Condado de Rutland. Um segundo trabalho de escavações foi realizado em seguida por membros da Escola de Arqueologia e História Antiga da Universidade de Leicester.

Os arqueólogos dizem que o mosaico romano é o primeiro do tipo a ser descoberto no Reino Unido. Os resquícios da obra de arte medem 11 metros de largura por quase 7 metros de comprimento. O item, possivelmente feito para ornamentar uma grande área de jantar ou de entretenimento, retrata uma parte da história do herói grego AquilesO mosaico é o único no Reino Unido a apresentar o personagem em sua batalha com Heitor no final da Guerra de Troia. A obra é uma das poucas do gênero encontradas em toda a Europa, mas acredita-se que outros murais como esse também enfeitavam vários edifícios públicos e privados romanos, seja com figuras mitológicas ou históricas.

Infelizmente, o mosaico está quebrado e foi danificado por fogo. Porém, avarias são úteis: elas sugerem que o local pode ter sido povoado posteriormente. Até porque, nos escombros que cobrem o objeto, estavam restos humanos posteriores ao período de ocupação da área, que se deu entre os séculos 3 e 4. Isso indica, portanto, que o vilarejo pode ter sido usado também na época pós-romana.

É provável ainda que o complexo tenha sido lar de um indivíduo rico, com conhecimento de literatura clássica, que teria encomendado o mosaico. O local também ainda preserva celeiros com corredores, estruturas circulares e uma possível casa de banho.

A vila está, contudo, em um campo com vestígios perturbados por aragem e outras atividades. Cientes disso, as autoridades da Historic England agora trabalham com o proprietário para promover um uso mais sustentável da terra.

As evidências encontradas continuam sendo analisadas por especialistas. Novas escavações devem ser feitas no sítio arqueológico em 2022. Até lá, o vilarejo romano deve permanecer aos cuidados do governo inglês para evitar que trabalhos ilegais sejam feitos na área, incluindo detecção de metais.

“Ao proteger este local, podemos continuar aprendendo com ele e esperamos ver o que futuras escavações podem nos ensinar sobre as pessoas que viveram lá há mais de 1,5 mil anos”, conta Duncan Wilson, diretor executivo da Historic England, em comunicado.




sábado, 27 de novembro de 2021

Fim do Extra representa a despedida dos hipermercados?

 A loja do hipermercado Carrefour do Shopping Iguatemi de Campinas - cidade de 1,2 milhão de habitantes do interior de São Paulo - não parou de encolher nos últimos anos. Primeiro, parte do prédio passou a ser usada para abrigar uma loja da TokStok. Outra virou uma concessionária de motos.


"Só faço compras aqui porque eles abonam o estacionamento do shopping. Então vale a pena. Compra de casa, mesmo, eu faço em atacado", diz a professora Laura Almeida, moradora da cidade, ao Estadão.

O caso dessa loja não é isolado. De forma geral, os hipermercados vêm sumindo dos grandes centros. Na semana passada, o Grupo Pão de Açúcar anunciou que vai desativar a marca Extra Hiper - que tinha 103 lojas, das quais 71 vão virar atacarejos do Assaí e as demais vão ser transformadas em supermercados. Das lojas a serem desativadas, mais da metade fica em municípios com mais de meio milhão de habitantes, enquanto 25 estão na capital paulista.


O consultor Olegário Araújo, da Inteligência 360, vê o movimento com clareza. "Nos grandes centros, os hípers não têm mais relevância." Segundo ele, porém, eles ainda são muito apreciados em cidades menores. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o número de hipermercados no País ainda cresce: em 2020, eram 91 unidades no Brasil, número que mais do que dobrou, para 188, neste ano.


Tempo e dinheiro


De acordo com especialistas, o hipermercado perdeu espaço nas grandes cidades porque não atende nem à busca por conveniência - já que fazer compra em um híper demanda tempo - nem por economia, já que os preços nessas lojas são de mais altos do que os dos atacarejos.


"Os preços nos atacarejos são de 10% a 15% menores (do que nos hípers). Por isso, o consumidor já estava dando preferência para eles. A ideia era gastar menos para sobrar dinheiro para outros gastos. Agora, com a inflação de volta, ele vai por necessidade mesmo", diz o consultor Eugenio Foganholo, diretor da Mixxer.


A Horus Inteligência de Mercado faz um raio x do varejo alimentar, analisando mensalmente mais de 40 milhões de notas fiscais emitidas nos caixas. De janeiro a setembro deste ano, os consumidores passaram a comprar mais produtos nos atacarejos: a média foi de 26 itens, em janeiro, para 30, no mês passado. Nos hípers, essa média ficou estacionada na casa de 9 produtos, no mesmo período.

As pessoas pagam mais barato nos atacarejos e acabam levando mais quantidade. Por isso, o gasto médio nesse canal de vendas subiu", diz Luíza Zacharias, diretora de novos negócios da Hórus.


Origem


Criados nos EUA, os hipermercados tinham a missão de vender muito e barato. Ao contrário dos supermercados - que costumam ter à venda de 10 mil a 20 mil itens -, os hípers se concentravam em poucos produtos para negociar bons descontos com fornecedores. Até hoje essa é a formula do gigante americano Cotsco, que se concentra em 3,5 mil mercadorias.


No Brasil, isso funcionou bem nos anos 1990, segundo Marcos Escudeiro, que durante 40 anos foi executivo de redes de varejo como Carrefour e GPA e hoje atua como conselheiro. "A gente sacrificava as margens para ganhar no volume", explica o executivo.


O erro, segundo Escudeiro, foi a tentativa dos hípers de se sofisticarem, ampliando o mix. Passaram a oferecer eletrodomésticos, eletrônicos - e até móveis. E se tornaram uma espécie de loja de departamentos sem glamour. O mix de produtos saltou para mais de 10 mil itens, e negociar descontos ficou mais difícil. Conclusão: o hipermercado foi gradativamente encarecendo. E o cliente, afastando-se.


O consumidor, então, procurou uma saída para achar preços mais baixos. Em meados de 2010, migrou para os atacarejos - que à época ainda atendiam, sobretudo, pequenos comerciantes.


Rumo ao interior


Empresas como a paranaense Irmãos Muffato, a quarta maior rede varejista alimentar do País, segundo a Abras, concentra 43 de suas 48 lojas Super Muffato em cidades com menos de 600 mil habitantes - à exceção de cinco unidades em Curitiba.


Com essa estratégia, o faturamento da rede cresceu 20,2%, para R$ 9 bilhões, em 2020. "São os heróis locais. Para as pequenas cidades, se não for no híper, ele não encontra o que quer comprar", diz Araújo, ex-Carrefour e GPA.


Maior rede no segmento, o Carrefour tem 721 lojas - 100 no formato híper. Em março, a rede francesa comprou 387 lojas das marcas Big, anteriormente do Walmart. O Carrefour ainda não divulgou a estratégia para essas unidades. Embora a rede não possa se manifestar sobre o tema, ainda em apreciação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a aposta do mercado é que essas lojas sejam usadas para expandir o Atacadão.


Os atacados e atacarejos ainda têm presença mais discreta no interior, onde a rentabilidade dos hipermercados é maior. "Mas isso vai durar pouco", avisa Ricardo Roldão, dono da rede atacadista que leva seu sobrenome e tem 37 unidades, sendo a maior parte delas na Grande São Paulo.




quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Estudo em tumba de Tutancâmon traz novas ‘maldições’

 Entre manchas micro-


bianas e poeira pegajosa, os arqueólogos resolveram algumas questões do monumento funerário do faraó com 3,3 mil anos, mas surgem mais preocupações no processo

Ao abrir a tumba de Tutancâmon em 1922, Howard Carter deu início a uma série de descobertas que instigariam a imaginação do mundo e desencadeariam um caso de amor duradouro com a câmara mortuária do menino rei Tutancâmon e seus tesouros de ouro. Sua câmara foi pintada com cores vivas e tem 3,3 mil anos. Quase um século depois, uma equipe de cientistas concluiu o exame mais significativo da tumba até o momento: um projeto de conservação e estudos minuciosos, que durou uma década e desvendou alguns mistérios, mas também levantou novas questões sobre o futuro de um dos monumentos antigos mais famosos do mundo.


Um simpósio realizado em Luxor em janeiro deste ano trouxe detalhes dos resultados do projeto realizado conjuntamente pelo Ministério das Antiguidades do Egito e pelo Instituto de Conservação Getty, com sede em Los Angeles. O trabalho na tumba de mais de 100 metros quadrados, feito por mais de uma dezena de conservadores e curadores simultaneamente, começou em 2009 e sua conclusão estava originalmente prevista para 2014. O projeto atrasou, no entanto, em razão da revolução no Egito em 2011 e das agitações subsequentes em 2013.


Mistério sobre a morte do Rei Tut resolvido? Talvez não


“Todos que vão ao Vale dos Reis querem conhecer a tumba de Tutancâmon”, disse Neville Agnew, cientista líder do Getty e encarregado do projeto. Foram necessários extensa documentação, diagnóstico e prognóstico sobre as condições da tumba para desenvolver um plano para o futuro: “O que acontece se nada for feito? Estávamos interessados em todo o espectro de atividades, passadas, presentes e futuras, e em como abordá-las de maneira abrangente.”

Misteriosas manchas marrons

Uma das marcas registradas da tumba são as manchas marrons espalhadas em todas as pinturas de parede. Já existentes quando Carter abriu a câmara funerária e documentadas exaustivamente nas fotografias da época, os “pontos misteriosos” persistem como fonte de curiosidade e preocupação. O que são exatamente? E mais importante que isso: estão se multiplicando?


Um estudo das manchas revelou altas concentrações de ácido málico, um subproduto metabólico de alguns fungos e bactérias, o que confirma que as manchas são de origem microbiana. A análise de DNA das amostras colhidas por esfregaço nas paredes da tumba revelou a presença de organismos modernos, como Bacillus e Kocuria. Porém imagens das manchas obtidas por microscópio eletrônico não indicaram reminiscências dos organismos originais que as criaram. Os conservadores presumem que, como Tutancâmon morreu inesperadamente, a preparação de sua tumba provavelmente foi feita às pressas e as paredes recém-rebocadas e pintadas teriam retido umidade suficiente para que micróbios se desenvolvessem no ambiente escuro e quente da tumba após ter sido lacrada. Entretanto os pesquisadores podem ao menos fornecer uma garantia: as manchas estão completamente inertes, estão assim há muito tempo e não estão em crescimento – fato que pode ser confirmado com a comparação entre as fotografias tiradas imediatamente após a abertura da tumba e as fotografias atuais.

Como são consideradas parte da história da tumba, as manchas misteriosas não serão pintadas nem removidas, comenta Agnew. Esse nem sempre foi o entendimento consagrado: durante os estudos anteriores, foram coletadas amostras das manchas, que foram tratadas de várias formas com produtos antimicrobianos mediante a suspeita de que estivessem se espalhando.

Levantou poeira

Um dos problemas mais complexos da tumba é a presença constante de poeira. Fina e seca, o pó do deserto se acumula quando os cerca de 500 a mil visitantes diários tocam em todas as superfícies da tumba e a sujeira fica ainda mais resistente ao absorver a umidade da respiração humana.


Embora os guardas tenham conseguido limpar o sarcófago coberto de vidro que agora fica no centro da câmara funerária de Tutancâmon, não houve solução para os finos véus de poeira sobre as frágeis pinturas da tumba que fosse livre de danos.

Assim, enquanto os conservadores conduziam o meticuloso estudo e a limpeza dos murais, também elaboraram um plano para resolver o problema da poeira em longo prazo, instalando um sofisticado sistema de filtragem e ventilação do ar que não apenas filtrava a poeira inoportuna para fora do ambiente da tumba, como também impedia a entrada de partículas em excesso. A troca regular de ar também estabilizou a temperatura e a umidade no interior da tumba, anteriormente com flutuação descontrolada.


E, ao fim, a tumba do projeto de conservação revelou algumas novas maldições: ao remover a antiga plataforma de observação sobre a câmara funerária de Tutancâmon para montar as saídas de ar do sistema, os funcionários do projeto ficaram surpresos ao encontrar, entre pilhas de fiapos e detritos de lixo, pedaços de papel com súplicas de bênçãos a Tutancâmon – e pedidos de que fossem lançadas maldições faraônicas em outras pessoas.

Riscos futuros

Embora a inspeção mais completa da tumba de Tutancâmon na história moderna tenha terminado, ainda restam várias questões sobre seu futuro.


O impacto da poeira em longo prazo ainda permanece uma incógnita. Composta basicamente de cálcio, magnésio, alumínio e fósforo, segundo análises, não se sabe ao certo que tipos de interações químicas podem ocorrer entre a poeira e os minerais naturais das tintas e pigmentos nas paredes da tumba ao longo de um período maior.


Os riscos físicos resultantes do aumento das inundações em razão das mudanças climáticas são outra preocupação e ainda não foram considerados, afirma Agnew. Embora a tumba de Tutancâmon esteja a salvo de inundações diretas, ela é construída com a mesma rocha porosa e argilosa que todas as suas vizinhas no Vale dos Reis. Se as tumbas adjacentes forem inundadas, o vapor poderia infiltrar nas paredes e "destruir completamente" suas paredes com reboco e suas pinturas, afirma Lori Wong, curador líder de pinturas do Getty, encarregado do projeto Tutancâmon.


O turismo permanece a maior ameaça imediata à tumba. Apesar da existência de uma réplica superdetalhada e de alta qualidade a menos de dois quilômetros de distância, não se sabe ao certo se o governo egípcio acabará restringindo a maior parte do acesso do público à tumba original (o que reduziria uma fonte de receitas garantida). A França, por exemplo, constatou que retirar os visitantes dos locais originais de arte rupestre pré-histórica em Lascaux e Chauvet e redirecioná-los a cópias não diminui o interesse do público pelos monumentos. Uma réplica relativamente nova em Lascaux atraiu cerca de 260 mil visitantes em 2017.


“Estamos cientes do impacto provocado pelo homem em nosso patrimônio”, afirma Pascal Terrasse, presidente do Grandioso Projeto de Pont d’Arc, uma réplica da caverna Chauvet, que atrai mais de 2 mil visitantes por dia. “Quando surgem novas tecnologias para a proteção do patrimônio, os administradores de obras históricas devem aproveitar a oportunidade. Construímos a maior caverna falsa do mundo com técnicas digitais, o que nos permitiu realizar um trabalho bastante realista”.


“É preciso lembrar que uma visita a uma tumba deve ser feita com humildade e interesse”, conclui Agnew. “Não é um show de horrores; é uma tumba de um rei e é preciso reverência. É algo raro na era do turismo de massa.”

sábado, 20 de novembro de 2021

TATUAGENS, PSICOLOGO EXPLICA

 Por todo lado, vemos gente ostentando sobre a pele marcas clichês, citações, nomes de ex-namoradas, frases em outras línguas e até, em certos casos bizarros, horríveis tatuagens faciais.


Existem casos em que a tatuagem, executada com bom gosto e senso estético, pode até ser considerada uma forma de arte. Os japoneses e chineses, por exemplo, há séculos são exímios tatuadores, capazes de imprimir sobre a pele humana verdadeiras obras-primas do desenho e da combinação de cores. Da mesma forma, várias culturas ao redor do mundo também usam tatuagens como marca tribal distintiva, ou então como sinais de iniciações mágicas e religiosas.


 Por outro lado, e sobretudo nos países ocidentais, cada vez mais pessoas se deixam tatuar sem nenhuma outra preocupação que a de marcar o próprio corpo. E os resultados muitas vezes são esteticamente desastrosos. Essa prática se alastrou de tal forma, que obrigou os estudiosos a investigaram suas causas e razões.


Por que as pessoas ainda estão tatuando arame farpado em volta dos bíceps, ratos e baratas nas costas e borboletas no cóccix? Tentando entender melhor a questão, o jornalista norte-americano Jules Suzdaltsev entrevistou Kirby Farrel, professor da Universidade de Massachusetts especializado em antropologia, psicologia e história relacionadas ao comportamento humano. Seu último livro, Berserk Style in American Culture, discute o vocabulário da cultura pós-trauma da sociedade norte americana.


Corpo marcado. Psicólogo explica por que as pessoas usam tatuagens

26 de março de 2020, 10:46

Tatuagens revelam muito sobre a sociedade na qual elas foram feitas. No Brasil, nos Estados Unidos, e em muitos outros lugares do mundo, vive-se uma verdadeira epidemia de tatuagens, muitas vezes de péssimo gosto. Em entrevista, o psicólogo comportamental Kirby Farrel explica por que as pessoas imprimem marcas no próprio corpo

 


Os japoneses alcançam altos niveis artísticos em suas tatuagens



Por todo lado, vemos gente ostentando sobre a pele marcas clichês, citações, nomes de ex-namoradas, frases em outras línguas e até, em certos casos bizarros, horríveis tatuagens faciais.


Existem casos em que a tatuagem, executada com bom gosto e senso estético, pode até ser considerada uma forma de arte. Os japoneses e chineses, por exemplo, há séculos são exímios tatuadores, capazes de imprimir sobre a pele humana verdadeiras obras-primas do desenho e da combinação de cores. Da mesma forma, várias culturas ao redor do mundo também usam tatuagens como marca tribal distintiva, ou então como sinais de iniciações mágicas e religiões.



Na foto, o rosto tatuado de Tomika Te Mutu, chefe da tribo Ngai Te Rangi da Nova Zelândia. O retrato foi feito no final do século 19 e é uma pintura de Gottfried Lindauer


 


Por outro lado, e sobretudo nos países ocidentais, cada vez mais pessoas se deixam tatuar sem nenhuma outra preocupação que a de marcar o próprio corpo. E os resultados muitas vezes são esteticamente desastrosos. Essa prática se alastrou de tal forma, que obrigou os estudiosos a investigaram suas causas e razões.


Por que as pessoas ainda estão tatuando arame farpado em volta dos bíceps, ratos e baratas nas costas e borboletas no cóccix? Tentando entender melhor a questão, o jornalista norte-americano Jules Suzdaltsev entrevistou Kirby Farrel, professor da Universidade de Massachusetts especializado em antropologia, psicologia e história relacionadas ao comportamento humano. Seu último livro, Berserk Style in American Culture, discute o vocabulário da cultura pós-trauma da sociedade norte-americana.


 


A morte tatuada nas costas, em tamanho grande


 


Entrevista com Kirby Farrel:


 


Jules Suzdaltsev: Qual é o seu interesse em tatuagens péssimas?

Kirby Farrel: Estou interessado principalmente no que você pode chamar de "a antropologia da autoestima e identidade". Penso nas tatuagens como um método que as pessoas usam para tentar se sentir significantes no mundo. Trabalho muito com Ernest Becker – você já ouviu falar do livro dele? Acho que ele ganhou um prêmio Pulitzer com esse livro chamado A Negação da Morte.


Sim, já ouvi falar.

Bom, ele argumenta que somos únicos entre os animais, porque somos sobrecarregados com a consciência do futuro, da futilidade, da morte e assim por diante. Estamos constantemente inventando defesas. A cultura é uma defesa contra o sentimento de opressão, futilidade e perdição. Culturas estão cheias de valores e belezas que te fazem sentir que sua vida é significativa e que tem um significado duradouro, mesmo que limitado. Então, você pode dizer que tatuagens são expressões culturais de heroísmo e individualidade.


 


Angelina Jolie preferiu tatuagens de citações em alfabetos orientais


 


Logo, isso se traduz numa epidemia de tatuagens idiotas?

Muitas pessoas dizem que fizeram uma tatuagem como uma lembrança de alguém ou algum evento. Por exemplo, tatuar a letra de uma música. As frases, claro, acabam sendo os maiores clichês. Mas elas estão te exortando a ser um indivíduo forte, imitando todos os outros animais que também pintam clichês na própria pele.


E onde esses caminhos se cruzam? Por um lado, a pessoa quer algo que lhe dê a sensação de significância e autoexpressão, mas acaba fazendo exatamente o oposto disso (o que consideramos uma "tatuagem ruim" ou uma "tatuagem clichê?).

Acho que a fantasia de ser especial, único, importante e heroico, que é do que estamos falando, é complicada quando vivemos numa cultura que celebra esses valores. Estamos sempre bombardeando outros países para preservar nossa "liberdade", o que presumivelmente significa individualidade. Mas, ao mesmo tempo, nossa cultura é intensamente conformista. Temos empresas constantemente tentando imprimir sua marca na consciência popular. Então, por exemplo, se você está tatuando algum clichê bobo de uma música pop, como "Vou te amar para sempre" ou "Não seja um imitador", na verdade você está se marcando com entretenimento industrial, porque grupos de rock, como sabemos, são basicamente máquinas de fazer dinheiro, empregando modelos financiados pela indústria do entretenimento.


 


Difícil carregar pela vida inteira um rosto tatuado desta forma


 


Então por que as pessoas fazem isso?

Uma resposta é que somos animais incrivelmente sociais. Você tem de ter em mente que o eu não é uma coisa. É um evento. Se você está em sono profundo, o eu realmente não existe. A neuroquímica do eu não está ali. Desse ponto de vista, nos sentimos mais reais quando outras pessoas nos afirmam, reasseguram e reforçam nossa identidade. Nos rituais sociais pelos quais passamos, como dizer "Oi, como vai? Bem, e você?", você não espera ouvir qualquer informação pessoal. É só uma confirmação de que vocês dois existem e reconhecem um ao outro. De certa maneira, tatuagens também funcionam assim. Elas chamam atenção para você e fazem você se sentir real, mesmo se essa atenção fizer você se sentir membro de um grande grupo. Uma tatuagem te diz que você é parte de uma tribo de colegas tatuados, uma tribo linda e significativa. Você pode até compartilhar símbolos com outra pessoa! Ao mesmo tempo, por causa do fenômeno das marcas, isso faz você se sentir mais esperto do que o cara ao lado, que não sabe o suficiente para comprar seu produto em particular ou sua moda em particular. A cultura está constantemente nos tentando com fantasias de singularidade e heroísmo.


Parece que você está dizendo que a própria cultura é clichê. Assim, tentando emular essa cultura social, fazemos essas tatuagens ruins.

A cultura está constantemente nos tentando com fantasias de singularidade e heroísmo. Você é tentado a comprar uma nova BMW, porque isso promete te fazer sentir heroico nas ruas. Você vai se destacar na multidão. A multidão é formada de pessoas comuns, elas vão morrer um dia e serão esquecidas. Mas todo mundo está olhando para você, você está sob os holofotes, você é o herói. E, ao mesmo tempo, se você ajustar a perspectiva sutilmente, eles estão fazendo as pessoas comuns acharem que é OK adorar heróis. Você é convidado a identificar e admirar o rico, o heroico, o prestigioso – e, se você os admira, isso se torna "minha música", "meu cabelo" ou "meu produto". Na verdade, você compartilha o glamour com o poder fetichista das coisas que admira.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A IMPORTÂNCIA DE SE EXPOR AO SOL

 Se expor ao sol diariamente traz diversos benefícios para a saúde, pois estimula a produção de vitamina D, que é essencial para várias atividades do corpo, além de estimular a produção de melanina, prevenir doenças e aumentar a sensação de bem estar..


Por isso, é importante que a pessoa se exponha ao sol sem protetor solar por 15 a 30 minutos diariamente, de preferência antes das 12h da manhã e após às 16h, pois são as horas em que o sol não está tão forte e, assim, não há riscos associados à exposição..


Os principais benefícios do sol incluem:



1. Aumentar a produção de Vitamina D


A exposição ao sol é a principal forma de produção de vitamina D pelo corpo, que é essencial de várias maneiras para o organismo, como:




Aumenta os níveis de cálcio no organismo, o que é importante para o fortalecimento de ossos e articulações;


Ajuda a prevenir a formação de doenças como osteoporose, doenças cardíacas, auto imunes, diabetes e o câncer, principalmente no cólon, mama, próstata e ovários, pois reduz os efeitos da transformação das células;


Previne doenças autoimunes, como artrite reumatóide


, doença de Crohn e esclerose múltipla, pois ajuda a regular a imunidade.


A produção de vitamina D pela exposição ao sol é maior e traz mais benefícios ao longo do tempo do que a suplementação oral, por meio de comprimidos. Veja como tomar sol de forma eficaz para produzir vitamina D..


2. Diminuir o risco de depressão

A exposição ao sol aumenta a produção de endorfina pelo cérebro, substância 




anti depressiva natural, que promove sensação de bem-estar e aumenta os níveis de alegria.

Além disso, a luz solar estimula a transformação da melatonina, hormônio produzido durante o sono, em serotonina, que é importante para o bom humor.


3. Melhorar a qualidade do sono

A luz do sol ajuda a regular o ciclo do sono, que é quando o corpo compreende que está na hora de dormir ou de ficar acordado, e evita episódios de insônia ou dificuldade para pegar no sono à noite.


4. Proteger contra infecções

A exposição ao sol moderada e nos horários corretos, ajuda a regular o sistema imune, dificultando o aparecimento de infecção, mas também combatendo as doenças da pele relacionadas à imunidade, como psoríase, vitiligo e dermatite atópica.


5. Proteger contra radiação perigosa

Tomar sol, moderadamente, estimula a produção de melanina, que é o hormônio que dá o tom mais escuro à pele, impede a absorção de mais raios UVB, protegendo naturalmente o corpo contra os efeitos tóxicos de alguma da radiação solar.


Cuidados ao tomar sol

Para obter estes benefícios, não se deve tomar sol exageradamente, pois em excesso, o sol pode trazer consequências prejudiciais para a saúde, como insolação, desidratação ou câncer de pele. Além disso, para diminuir os riscos da exposição aos raios UV do sol, é recomendado o uso de protetor solar, no mínimo FPS 15, cerca de 15 a 30 minutos antes, e repor a cada 2h.

ARQUEÓLOGOS DESCOBREM UMA SALA DE ESCRAVOS


 A grande câmara estava bem preservada durante as escavações na cidade soterrada

Arqueólogos descobriram o que deve ser uma sala de escravos durante escavações recentes na cidade soterrada de Pompeia, na Itália.


Três camas, alguns vasos e uma caixa com freios para cavalos foram encontrados na bem preservada e grande câmara de aproximadamente 16 metros quadrados em um terreno próximo à cidade antiga. Os achados foram descritos pelo Parque Arqueológico da Pompeia. 



O cômodo provavelmente servia aos senhores da casa como depósito e, ao mesmo tempo, como acomodação sem adornos para os escravos. “Aqui vemos algo que normalmente permanece nas sombras”, disse Gabriel Zuchtriegel, diretor do Museu de Pompeia. O pesquisador explica que a nova descoberta oferece a chance de conhecer mais sobre a vida dos escravos.

Pelo menos três escravos devem ter dormido no quarto. As camas eram simples berços de madeira com cordas para serem cobertos com panos ou tapetes. Duas camas tinham cerca de 1,70 m de comprimento, uma -provavelmente para uma criança- 1,40 m. 

Além disso, no meio do quarto, que tinha apenas uma janelinha, havia uma caixa de madeira com freio e metal, e uma barra encostada na cama. Isso pertencia a um carro alegórico que foi descoberto na sala ao lado no início do ano. “Não esperávamos encontrar um quarto assim. Frequentemente passamos por ele”, observou Zuchtriegel

Os restos mortais de três cavalos foram descobertos em uma sala adiante em 2018, o que já tinha causado sensação na equipe. A antiga cidade de Pompeia fica próxima ao vulcão Vesúvio. Durante as erupções em 79 d.C., cinzas, lama e lava enterraram os assentamentos e preservaram parcialmente a cidade. Pompeia foi redescoberta no século XVIII. O sítio arqueológico é um dos pontos turísticos mais populares da Itália e sempre guarda achados sensacionais. 

Dario Franceschini, Ministro da Cultura do país, disse na publicação que a descoberta em Pompeia mostra que hoje o sítio arqueológico se tornou não só um destino entre os mais procurados do mundo, mas também um lugar onde são feitas pesquisas e novas tecnologias são testadas.

TATUAGENS ( DOENÇA OU PAIXÃO )

 O tatuador Fernando Franco de Oliveira realizou mudanças radicais em seu visual. Dono de um estúdio em Tatuí, no interior de São Paulo, ele já tatuou 99% de seu corpo e realizou uma série de modificações corporais. A mais recente delas, a remoção da maior parte do nariz, o fez ganhar destaque na imprensa internacional, sendo chamado até de o "orc brasileiro".

Caveira, como é mais conhecido hoje, se orgulha de ter recebido um prêmio por ser o homem mais tatuado do Brasil. Segundo ele, apenas as solas de seus pés não possuem algum desenho.


"Estou lacrado. A pele dos pés é muito grossa, é muito difícil de pegar tatuagem. Mas se alguém tentar arrancar meu ranking, vou tatuar as solas dos pés nem que seja com uma lixadeira. Esse certificado não sai daqui de casa", contou, em entrevista ao UOL.


Antes de ficar fascinado por tatuagens, ele trabalhava como soldador. Entretanto, por conta de um acidente de trabalho, acabou se aposentando como pessoa com deficiência e refletiu sobre que rumo sua vida tomaria a partir dali. Em 2014, ele começou a cobrir seu corpo de cima a baixo, incluindo os globos oculares e a figura favorita, uma caveira, acabou virando seu apelido.




Até então, meu nome era Fernando. Um dia, no meu estúdio, decidi que tinha que ter um apelido. Falei para os meus colegas começarem a me chamar de Caveira. Agora é só Caveira. Muitos amigos me trazem copos de caveira, vão à praia e compram cara de caveira, já tentaram até roubar crânio de caveira do cemitério para mim, mas isso aí, sai fora!


A ideia da caveira, aliás, serviu como inspiração para outras mudanças ainda mais radicais que Fernando começou a realizar, sobretudo em seu rosto.




"Na pandemia, vi que os caras começaram a fazer modificações e falei: quer saber? Já sou o cara mais tatuado do Brasil. Também quero ser o mais modificado. Botei orelhas de orcs [monstros mitológicos vistos em 'O Senhor dos Anéis'], botei dentes de vampiro e mutilei meu nariz", afirma ele, com ênfase no nariz. "Decepei o nariz inteiro".




Ele diz que seu desejo é se tornar um dos homens mais modificados do mundo e relata que já gastou entre R$ 35 mil e R$ 40 mil nas alterações que fez em todo seu corpo. Caveira também garante que não teve medo de nenhum dos procedimentos que realizou.




Não me arrependo das coisas que fiz na minha vida. Por exemplo, não tem como meu nariz voltar mais. Tem que realmente gostar, e amo! Onde vou, 70% das pessoas pedem para tirar foto comigo. Vou em uma praia, todo mundo quer tirar foto comigo.




O tatuador destaca o número com positividade, uma vez que, dos outros "30%", ouve que seria um "satanás" ou "capiroto". Ele reconhece a reação como uma consequência de sua aparência e enfatiza que não se abala com os comentários.


Não estou nem aí. Fale mal, fale bem, mas fale de mim!




Por que esse mosquitinho gosta tanto do banheiro?


 As mosquinhas do banheiro são comumente atraídas pelo odor exalado dos banheiros, como o cheiro de urina, por exemplo. Esse odor indica a presença de matéria orgânica e umidade, importantes para o desenvolvimento das larvas

O especialista explica que mosquinhas de banheiro não oferecem grande risco às pessoas, mas podem carregar micro-organismos aderidos no corpo para locais que desejamos limpos, contaminando esses espaços. “Por sorte, uma limpeza semanal no banheiro é o suficiente para eliminar as larvas e evitar que as populações aumentem”, orienta.
"As mosquinhas dos banheiros são proximamente relacionadas com um grupo de transmissores de doenças, os mosquitos-palha (flebotomíneos), hematófagos e transmitem a leishmaniose e diversas viroses, entre outras doenças. Em função disto, talvez Lutzomyia seja o gênero mais conhecido da família no Brasil. A biologia dos adultos só é bem estudada para os gêneros com espécies hematófagas, pouco se sabe sobre a ecologia das demais espécies nativas do Brasil e sua importância para alguns processos biológicos ainda não foi determinada", explica Marco.
Capazes de voar dezenas ou até centenas de metros em um dia, os insetos também se deslocam por ‘movimento passivo’, onde larvas e adultos são carregados pelos homens no transporte de animais e/ou mercadorias. “É desta maneira, normalmente, que muitas espécies atingem o status de cosmopolitas”, completa.

domingo, 14 de novembro de 2021

TATUAGENS (DOENÇA OU PAIXÃO)

Por todo lado, vemos gente ostentando sobre a pele marcas clichês, citações, nomes de ex-namoradas, frases em outras línguas e até, em certos casos bizarros, horríveis tatuagens faciais.

Existem casos em que a tatuagem, executada com bom gosto e senso estético, pode até ser considerada uma forma de arte. Os japoneses e chineses, por exemplo, há séculos são exímios tatuadores, capazes de imprimir sobre a pele humana verdadeiras obras-primas do desenho e da combinação de cores. Da mesma forma, várias culturas ao redor do mundo também usam tatuagens como marca tribal distintiva, ou então como sinais de iniciações mágicas e religiosas.

 Por outro lado, e sobretudo nos países ocidentais, cada vez mais pessoas se deixam tatuar sem nenhuma outra preocupação que a de marcar o próprio corpo. E os resultados muitas vezes são esteticamente desastrosos. Essa prática se alastrou de tal forma, que obrigou os estudiosos a investigaram suas causas e razões.


Por que as pessoas ainda estão tatuando arame farpado em volta dos bíceps, ratos e baratas nas costas e borboletas no cóccix? Tentando entender melhor a questão, o jornalista norte-americano Jules Suzdaltsev entrevistou Kirby Farrel, professor da Universidade de Massachusetts especializado em antropologia, psicologia e história relacionadas ao comportamento humano. Seu último livro, Berserk Style in American Culture, discute o vocabulário da cultura pós-trauma da sociedade norte-americana.

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Corpo marcado. Psicólogo explica por que as pessoas usam tatuagens
26 de março de 2020, 10:46
Tatuagens revelam muito sobre a sociedade na qual elas foram feitas. No Brasil, nos Estados Unidos, e em muitos outros lugares do mundo, vive-se uma verdadeira epidemia de tatuagens, muitas vezes de péssimo gosto. Em entrevista, o psicólogo comportamental Kirby Farrel explica por que as pessoas imprimem marcas no próprio corpo.
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Os japoneses alcançam altos niveis artísticos em suas tatuagens

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Entrevista de Kirby Farrel ao jornalista Jules Suzdaltsev

 

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Por todo lado, vemos gente ostentando sobre a pele marcas clichês, citações, nomes de ex-namoradas, frases em outras línguas e até, em certos casos bizarros, horríveis tatuagens faciais.

Existem casos em que a tatuagem, executada com bom gosto e senso estético, pode até ser considerada uma forma de arte. Os japoneses e chineses, por exemplo, há séculos são exímios tatuadores, capazes de imprimir sobre a pele humana verdadeiras obras-primas do desenho e da combinação de cores. Da mesma forma, várias culturas ao redor do mundo também usam tatuagens como marca tribal distintiva, ou então como sinais de iniciações mágicas e religiosas.

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Na foto, o rosto tatuado de Tomika Te Mutu, chefe da tribo Ngai Te Rangi da Nova Zelândia. O retrato foi feito no final do século 19 e é uma pintura de Gottfried Lindauer

 

Por outro lado, e sobretudo nos países ocidentais, cada vez mais pessoas se deixam tatuar sem nenhuma outra preocupação que a de marcar o próprio corpo. E os resultados muitas vezes são esteticamente desastrosos. Essa prática se alastrou de tal forma, que obrigou os estudiosos a investigaram suas causas e razões.

Por que as pessoas ainda estão tatuando arame farpado em volta dos bíceps, ratos e baratas nas costas e borboletas no cóccix? Tentando entender melhor a questão, o jornalista norte-americano Jules Suzdaltsev entrevistou Kirby Farrel, professor da Universidade de Massachusetts especializado em antropologia, psicologia e história relacionadas ao comportamento humano. Seu último livro, Berserk Style in American Culture, discute o vocabulário da cultura pós-trauma da sociedade norte-americana.

 

A morte tatuada nas costas, em tamanho grande

 

Entrevista com Kirby Farrel:

 

Jules Suzdaltsev: Qual é o seu interesse em tatuagens péssimas?
Kirby Farrel: Estou interessado principalmente no que você pode chamar de "a antropologia da autoestima e identidade". Penso nas tatuagens como um método que as pessoas usam para tentar se sentir significantes no mundo. Trabalho muito com Ernest Becker – você já ouviu falar do livro dele? Acho que ele ganhou um prêmio Pulitzer com esse livro chamado A Negação da Morte.

Sim, já ouvi falar.
Bom, ele argumenta que somos únicos entre os animais, porque somos sobrecarregados com a consciência do futuro, da futilidade, da morte e assim por diante. Estamos constantemente inventando defesas. A cultura é uma defesa contra o sentimento de opressão, futilidade e perdição. Culturas estão cheias de valores e belezas que te fazem sentir que sua vida é significativa e que tem um significado duradouro, mesmo que limitado. Então, você pode dizer que tatuagens são expressões culturais de heroísmo e individualidade.

 

Angelina Jolie preferiu tatuagens de citações em alfabetos orientais

 

Logo, isso se traduz numa epidemia de tatuagens idiotas?
Muitas pessoas dizem que fizeram uma tatuagem como uma lembrança de alguém ou algum evento. Por exemplo, tatuar a letra de uma música. As frases, claro, acabam sendo os maiores clichês. Mas elas estão te exortando a ser um indivíduo forte, imitando todos os outros animais que também pintam clichês na própria pele.

E onde esses caminhos se cruzam? Por um lado, a pessoa quer algo que lhe dê a sensação de significância e autoexpressão, mas acaba fazendo exatamente o oposto disso (o que consideramos uma "tatuagem ruim" ou uma "tatuagem clichê?).
Acho que a fantasia de ser especial, único, importante e heroico, que é do que estamos falando, é complicada quando vivemos numa cultura que celebra esses valores. Estamos sempre bombardeando outros países para preservar nossa "liberdade", o que presumivelmente significa individualidade. Mas, ao mesmo tempo, nossa cultura é intensamente conformista. Temos empresas constantemente tentando imprimir sua marca na consciência popular. Então, por exemplo, se você está tatuando algum clichê bobo de uma música pop, como "Vou te amar para sempre" ou "Não seja um imitador", na verdade você está se marcando com entretenimento industrial, porque grupos de rock, como sabemos, são basicamente máquinas de fazer dinheiro, empregando modelos financiados pela indústria do entretenimento.

 

Difícil carregar pela vida inteira um rosto tatuado desta forma

 

Então por que as pessoas fazem isso?
Uma resposta é que somos animais incrivelmente sociais. Você tem de ter em mente que o eu não é uma coisa. É um evento. Se você está em sono profundo, o eu realmente não existe. A neuroquímica do eu não está ali. Desse ponto de vista, nos sentimos mais reais quando outras pessoas nos afirmam, reasseguram e reforçam nossa identidade. Nos rituais sociais pelos quais passamos, como dizer "Oi, como vai? Bem, e você?", você não espera ouvir qualquer informação pessoal. É só uma confirmação de que vocês dois existem e reconhecem um ao outro. De certa maneira, tatuagens também funcionam assim. Elas chamam atenção para você e fazem você se sentir real, mesmo se essa atenção fizer você se sentir membro de um grande grupo. Uma tatuagem te diz que você é parte de uma tribo de colegas tatuados, uma tribo linda e significativa. Você pode até compartilhar símbolos com outra pessoa! Ao mesmo tempo, por causa do fenômeno das marcas, isso faz você se sentir mais esperto do que o cara ao lado, que não sabe o suficiente para comprar seu produto em particular ou sua moda em particular. A cultura está constantemente nos tentando com fantasias de singularidade e heroísmo.

Parece que você está dizendo que a própria cultura é clichê. Assim, tentando emular essa cultura social, fazemos essas tatuagens ruins.
A cultura está constantemente nos tentando com fantasias de singularidade e heroísmo. Você é tentado a comprar uma nova BMW, porque isso promete te fazer sentir heroico nas ruas. Você vai se destacar na multidão. A multidão é formada de pessoas comuns, elas vão morrer um dia e serão esquecidas. Mas todo mundo está olhando para você, você está sob os holofotes, você é o herói. E, ao mesmo tempo, se você ajustar a perspectiva sutilmente, eles estão fazendo as pessoas comuns acharem que é OK adorar heróis. Você é convidado a identificar e admirar o rico, o heroico, o prestigioso – e, se você os admira, isso se torna "minha música", "meu cabelo" ou "meu produto". Na verdade, você compartilha o glamour com o poder fetichista das coisas que admira.

 


segunda-feira, 1 de novembro de 2021

TOCAR CAVAQUINHO

https://www.facebook.com/100008681746483/videos/1647099878922721/ 

  PAULINHO BOCARDI

AULAS DE CAVAQUINHO, VIOLÃO E VIOLA


TOCAR UM INSTRUMENTO MUSICAL NÃO É FÁCIL PORÉM COM ESFORÇO, FORÇA DE
VONTADE E DEDICAÇÃO QUALQUER PESSOA CONSEGUE.
AQUI EU CITO INSTRUMENTOS DE CORDAS PORQUE É OS QUE EU DOMINO, NO CASO CAVAQUINHO, VIOLÃO E VIOLA CAIPIRA.
EU TRABALHO COM MUSICA PROFISSIONALMENTE HÁ MAIS DE 5 ANOS PORÉM DESDE CRIANÇA EU TIVE INFLUENCIA DA FAMILIA E CONVIVI NO MEIO DE MUSICOS,
MEU TIO ERA MUSICO PROFISSIONAL E TOCAVA EM EVENTOS E RADIOS EM DIVERSAS CIDADES.
MEU NOME É PAULINHO BOCARDI, WHATSAPP 19-99106.3919.
CRIEI ESSE SITE PARA PASSAR DICAS DE COMO É A TEORIA MUSICAL, TECNICAS, EXERCÍCIOS TUDO ISSO VOLTADO PARA QUEM QUER APRENDER OU APRIMORAR O
QUE JÁ SABE E TER UM DOMINIO MELHOR DO INSTRUMENTO.

PARA COMEÇAR VOU DAR UMA DICA DE COMO USAR A PALHETA DE FORMA CORRETA, A PALHETA É SEGURADA PELO POLEGAR E INDICADOR CONFORME A FOTO ABAIXO. O CAVAQUINHO E BANDOLIM SÃO INSTRUMENTOS QUE NÃO TEM COMO NÃO USAR A PALHETA. OUTRO DETALHE IMPORTANTE É QUE A PALHETA QUANDO UTILIZADA NO INSTRUMENTO DEVE SER ALTERNADA, TOQUE UMA PALHETADA PARA BAIXO E OUTRA PARA CIMA (nesse caso estamos usando palheta ALTERNADA) COM ISSO CONSEGUIMOS MAIS VELOCIDADE AO FAZER SOLO OU TOCAR UM CHORINHO INTEIRO. TEM UM OUTRO TIPO DE PALHETADA DENOMINADA SWEEP, POREM VEREMOS ISSO MAIS ADIANTE POIS TRATA-SE DE INSTRUMENTISTAS QUE CONSEGUEM GRANDE VELOCIDADE EM EXECUTAR DETERMINADAS PEÇA MUSICAL.. 


VAMOS COMEÇAR A ENTENDER AS ESCALAS, SEMPRE COMEÇAMOS PELA ESCALA CROMÁTICA POIS PREENCHE TODOS OS INTERVALOS ENTRE UMA NOTA E OUTRA, POR EXEMPLO EM A NOTA DÓ E RÉ TEMOS DÒ SUSTENIDO. DÓ DÓ# RÉ.
PARA FACILITAR O ENTENDIMENTO ASSISTA AO VIDEO.


        https://www.youtube.com/watch?v=uCU88SpJMGw

                       AQUI ESTOU MOSTRANDO UMA PARTITURA MUSICAL.

                             
                               AQUI SÃO AS NOTAS MUSICAIS COM NOME E VALORES



          Exercícios para articulação no cavaquinho

Aprimorar a articulação dos dedos no cavaquinho é extremamente importante tanto para a força nos dedos quanto para a velocidade e precisão das notas tocadas.

Existem diversos exercícios, mas é importante salientar que não existe mágica e sim muito treino e dedicação.

Para os exercícios motores que estamos aprendendo é muito importante o uso do metrônomo. começar lento e ir aumentando a velocidade gradativamente.

O exercício de hoje consiste em tocar a primeira e terceira casa, sem soltar o dedo 1 ao tocar a terceira casa. Depois ao tocar a segunda e quarta casa, não devemos soltar o dedo 2 ao tocar a quarta casa.

A palhetada deve ser alternada, ou seja, uma pra cima outra baixo.




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