domingo, 28 de novembro de 2021

Vila e mosaico romanos são descobertos sob fazenda na Inglaterra

 Em 2020, quando a Inglaterra estava em lockdown por conta da Covid-19, Jim Irvine, filho de um fazendeiro chamado Brian Naylor, contatou arqueólogos para investigarem a propriedade do pai. Os especialistas finalmente anunciaram, nesta quinta-feira (25), que encontraram no terreno um raro mosaico romano e um complexo de vilas.

As descobertas foram conduzidas durante investigações de uma equipe do Serviço Arqueológico da Universidade de Leicester (ULAS), em parceria com o órgão público Historic England e o Conselho do Condado de Rutland. Um segundo trabalho de escavações foi realizado em seguida por membros da Escola de Arqueologia e História Antiga da Universidade de Leicester.

Os arqueólogos dizem que o mosaico romano é o primeiro do tipo a ser descoberto no Reino Unido. Os resquícios da obra de arte medem 11 metros de largura por quase 7 metros de comprimento. O item, possivelmente feito para ornamentar uma grande área de jantar ou de entretenimento, retrata uma parte da história do herói grego AquilesO mosaico é o único no Reino Unido a apresentar o personagem em sua batalha com Heitor no final da Guerra de Troia. A obra é uma das poucas do gênero encontradas em toda a Europa, mas acredita-se que outros murais como esse também enfeitavam vários edifícios públicos e privados romanos, seja com figuras mitológicas ou históricas.

Infelizmente, o mosaico está quebrado e foi danificado por fogo. Porém, avarias são úteis: elas sugerem que o local pode ter sido povoado posteriormente. Até porque, nos escombros que cobrem o objeto, estavam restos humanos posteriores ao período de ocupação da área, que se deu entre os séculos 3 e 4. Isso indica, portanto, que o vilarejo pode ter sido usado também na época pós-romana.

É provável ainda que o complexo tenha sido lar de um indivíduo rico, com conhecimento de literatura clássica, que teria encomendado o mosaico. O local também ainda preserva celeiros com corredores, estruturas circulares e uma possível casa de banho.

A vila está, contudo, em um campo com vestígios perturbados por aragem e outras atividades. Cientes disso, as autoridades da Historic England agora trabalham com o proprietário para promover um uso mais sustentável da terra.

As evidências encontradas continuam sendo analisadas por especialistas. Novas escavações devem ser feitas no sítio arqueológico em 2022. Até lá, o vilarejo romano deve permanecer aos cuidados do governo inglês para evitar que trabalhos ilegais sejam feitos na área, incluindo detecção de metais.

“Ao proteger este local, podemos continuar aprendendo com ele e esperamos ver o que futuras escavações podem nos ensinar sobre as pessoas que viveram lá há mais de 1,5 mil anos”, conta Duncan Wilson, diretor executivo da Historic England, em comunicado.




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